A Associação Água Viva trouxe a público uma grave denúncia sobre a poluição na Praia do Tombo, uma das poucas praias do Brasil a ostentar a certificação Bandeira Azul. O presidente da entidade, Eng. José Manoel Ferreira Gonçalves, participou do Jornal CBN Santos para cobrar providências das autoridades diante da contaminação da praia, que deveria ser um exemplo de preservação ambiental.
Esgoto na Praia do Tombo: um crime continuado
Durante a entrevista, José Manoel relatou que, mesmo sem chuvas recentes, um volume significativo de esgoto tem sido despejado diretamente no mar, colocando em risco a qualidade da água e a saúde dos frequentadores. “A prefeitura, algum tempo atrás, colocou uma placa dizendo que ali só havia água de chuva. Mas não chove faz tempo e o esgoto continua chegando ao mar. Isso não é apenas uma falha administrativa, é um crime ambiental”, afirmou.
Segundo ele, a Sabesp não investiga e a Prefeitura de Guarujá não pune os responsáveis. “O que era um sonho de ter uma cidade bem cuidada está virando um pesadelo. O descaso é evidente e prejudica toda a população”, completou.
Risco de perda da Bandeira Azul e responsabilização criminal
A certificação Bandeira Azul é um símbolo de qualidade ambiental reconhecido mundialmente, mas a contaminação pode colocar esse selo em risco. “A Praia do Tombo, que deveria ser um modelo de preservação, pode acabar perdendo essa certificação, o que seria um enorme retrocesso para a cidade”, alertou José Manoel.
Diante da gravidade da situação, a Água Viva registrou um boletim de ocorrência e levará o caso ao Ministério Público, cobrando investigação e punição dos responsáveis. “Isso é um crime ambiental, e não pode passar impune. Vamos até o fim para garantir que os culpados sejam responsabilizados”, afirmou.
Audiência pública na Assembleia Legislativa
A Associação Água Viva também articulou a realização de uma audiência pública na Assembleia Legislativa de São Paulo, no dia 28 de março, a pedido do deputado estadual Maurici. O objetivo é discutir em profundidade a crise ambiental que atinge as praias de Guarujá e cobrar respostas da Sabesp, CETESB e Prefeitura.

“A Sabesp precisa explicar por que não está realizando a fiscalização do esgoto clandestino, a CETESB deve apresentar os dados de contaminação e a Prefeitura tem que esclarecer por que não toma medidas efetivas para solucionar o problema”, disse José Manoel.
Cobra-se ação, não discursos
Para o presidente da Água Viva, a gestão municipal precisa sair da inércia. “A cidade não quer mais esperteza, quer soluções. A Sabesp está falhando há anos, e o que a prefeitura tem feito? Criou uma comissão para discutir o contrato da Sabesp, mas a população quer ação imediata, não burocracia. Estamos exigindo que se cumpra o contrato e que os responsáveis pela poluição sejam punidos”, reforçou.
A mobilização da sociedade civil é essencial para proteger o meio ambiente e exigir das autoridades ações concretas. Manter-se vigilante, unido e atuante é o único caminho para evitar retrocessos e garantir que crimes ambientais não fiquem impunes. A defesa de Guarujá é responsabilidade de todos!