A recente iniciativa da Prefeitura de Guarujá em instituir um grupo de trabalho para “fiscalizar, vistoriar e acompanhar os serviços realizados pela Sabesp” tem gerado debates sobre sua real eficácia. A organização Água Viva, que há anos atua na defesa dos recursos hídricos e saneamento básico na região, expressa ceticismo quanto à efetividade dessa comissão.
José Manoel, presidente da Água Viva, destaca que a entidade já encaminhou diversos ofícios à Sabesp, à Prefeitura e ao Ministério Público, solicitando transparência e ações concretas. “O problema é que não há um cronograma de caça-esgoto indicando onde isso será feito, porque é preciso que a Prefeitura e a Sabesp trabalhem juntas”, afirma José Manoel.
A falta de informações claras sobre os investimentos na cidade é uma preocupação central. Questões como abastecimento de água, captação, armazenamento, coleta de esgoto e disposição final, especialmente no que tange ao Emissário Submarino na Praia da Enxada, carecem de transparência.
Além disso, a manutenção das bombas elevatórias de esgoto, que direcionam os resíduos para a praia da Enseada e posteriormente ao Emissário Submarino, é uma área crítica. “Ninguém está verificando essas bombas, se estão em dia ou com problemas, o que frequentemente resulta em extravasamento de esgoto devido a falhas nas bombas”, alerta José Manoel.
José Manoel também critica a postura das prefeituras em relação ao governo estadual após a privatização da Sabesp. “As prefeituras, de forma geral, ficam querendo agradar o governador por causa da privatização, mas o ambiente é de absoluta desolação hoje dentro da Sabesp. Se a sociedade não pressionar, nada vai funcionar dentro dessa empresa que antes era pública e agora é privada”, conclui.
A Água Viva reafirma seu compromisso em monitorar e cobrar ações efetivas para garantir a qualidade dos serviços de saneamento e a preservação dos recursos hídricos em Guarujá.