Avanço do mar no litoral de São Paulo: nível daságuas sobe 20 centímetros e inundações devemaumentar, indica estudo

Pesquisadores ressaltam que o aquecimento global é responsável por esse fenômeno

Atribuna.com.br de 26 de janeiro de 2025 – Um estudo da Universidade de São Paulo (USP) apontou que o nível do mar subiu cerca de 20 centímetros no Litoral paulista. O aquecimento global tem sido o responsável por esse aumento, incluindo a elevação da temperatura dos oceanos, o derretimento das geleiras e os mantos de gelo nas regiões polares e montanhosas do planeta.

Essa combinação de fatores tem levado a um aumento de 20 centímetros do nível do mar no estado de São Paulo nos últimos 73 anos, afirma pesquisa do Instituto Oceanográfico da Universidade de São Paulo (IO-USP). Espera-se que o aumento possa ser de 36 centímetros até 2050, caso o padrão de emissão de dióxido de carbono não diminua.

Consequentemente, a frequência e a intensidade dos eventos climáticos costeiros, como as inundações e a perda da faixa de areia das praias, serão cada vez mais comuns. Os dados são de um relatório especial do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC) sobre o oceano e a criosfera.

Eventos climáticos mais intensos

Essa elevação do nível do mar agrava a frequência e a intensidade desses eventos extremos durante a maré alta e os temporais intensos. As ondas de calor marítimas também podem dobrar de frequência e intensidade, podendo ocorrer 20 vezes mais em um cenário de 2°C de aquecimento do planeta, mostra o estudo.

Uma das principais consequências desse fenômeno é o desaparecimento de ilhas e a perda da faixa de areia das praias. Essa situação faria com que regiões costeiras, como o litoral de São Paulo, e que concentram grande parte da população nessa região, perdessem uma área seca significativa, causando inundações e fazendo com que os moradores abandonem suas casas.

Mudanças

A rapidez e a intensidade desses casos parecem ser maiores do que o esperado, e os cientistas reforçam a necessidade de políticas públicas para mitigar esse derretimento a partir de alternativas energéticas que não utilizem combustíveis fósseis, reduzindo a emissão de gás carbônico, o responsável pelo aumento da temperatura global.