Moradores do Sítio Conceiçãozinho, em Vicente de Carvalho, enfrentam há dias o drama do desabastecimento de água potável — um direito básico violado em plena região urbana. Apesar das inúmeras reclamações e promessas de solução, a SABESP segue sem atender adequadamente os moradores, e a Prefeitura de Guarujá, até o momento, não se pronunciou publicamente sobre o problema.
Na Travessa Três de Maio, uma família está há quatro dias consecutivos sem água nas torneiras. O fornecimento, que já era irregular, foi cortado de forma completa, sem aviso, sem justificativa e, até agora, sem solução definitiva. Um caminhão-pipa chegou a ser enviado em caráter emergencial, mas não retornou. O que se vê são crianças e adultos carregando baldes, improvisando banhos em córregos e recorrendo à solidariedade de vizinhos para beber água.
“A gente paga por um serviço que não é entregue. A SABESP nos prometeu visita técnica em 24 horas, mas esse prazo já venceu. Ninguém apareceu. Estamos sendo ignorados”, desabafa um morador.
Além do Conceiçãozinho, há relatos de falta de água nos bairros Jardim Boa Esperança, Vila Zilda, Vila Edna e Perequê. Em comum, a mesma resposta evasiva da SABESP — quando há resposta. Nenhum plano de ação foi apresentado publicamente. Nenhuma prestação de contas à população.
Enquanto isso, a Prefeitura de Guarujá permanece em silêncio. Até o fechamento deste texto, não havia qualquer nota oficial, posicionamento público ou mobilização de assistência aos moradores afetados. Uma postura preocupante, especialmente diante de um serviço público essencial que deve ser fiscalizado pelo município e prestado com regularidade.
A Associação Guarujá Viva – Água Viva já protocolou representação 0278.0000682/2025 junto ao Ministério Público do Estado de São Paulo, exigindo apuração das falhas e medidas urgentes para restabelecer o fornecimento. “Trata-se de um desrespeito inaceitável à dignidade humana. Ninguém pode ser privado de água potável”, afirma a entidade.

Enquanto isso, no Conceiçãozinho e em tantos outros bairros de Guarujá, a população segue invisível para os olhos do poder público e tratada com descaso por quem deveria zelar pela garantia de direitos básicos.
Até quando?