Guarujá, 23 de abril de 2025 – A crise no transporte coletivo de Guarujá ganhou um novo capítulo. O Ministério Público do Estado de São Paulo (MPSP), por meio da 4ª Promotoria de Justiça da cidade, instaurou um inquérito civil para apurar a ameaça de interrupção dos serviços pela empresa concessionária City Transporte Urbano Intermodal Ltda., bem como possíveis problemas estruturais no sistema de transporte público municipal.
A investigação foi motivada por representação da AGUAVIVA – Associação Guarujá Viva, que, já em 18 de dezembro de 2024, havia alertado formalmente o MPSP sobre a grave situação. À época, a City notificou a Prefeitura que, diante de um atraso acumulado de aproximadamente R$ 40 milhões em repasses públicos, suspenderia os serviços em 48 horas. A denúncia ganhou repercussão regional após matéria publicada pelo jornal A Tribuna em 17 de dezembro.
A crise se agravou nas semanas seguintes. Sem acordo entre empresa e administração municipal, os motoristas da City entraram em greve, deixando milhares de passageiros sem transporte. Em março de 2025, a Prefeitura decretou intervenção na empresa, assumindo temporariamente a gestão do sistema de transporte coletivo para tentar garantir a continuidade dos serviços.
Agora, com o Inquérito Civil nº 2764/24 aberto, o Ministério Público pretende investigar duas frentes:
- Se houve omissão contratual por parte da Prefeitura no pagamento à concessionária;
- Se existem problemas estruturais na prestação do serviço público de transporte.
A AGUAVIVA foi formalmente notificada da abertura do inquérito no dia 23 de abril de 2025 e poderá acompanhar o andamento do procedimento, reforçando a luta pela qualidade e regularidade no transporte público do município.
O promotor responsável pelo caso, Dr. Diogo Pacini de Medeiros e Albuquerque, destacou no ofício que a abertura do inquérito visa garantir o interesse público e a defesa dos direitos dos usuários do transporte coletivo, que foram diretamente afetados pela crise.