MP pede suspensão do leilão do túnel Santos–Guarujá, enquanto a disputa por propostas estrangeiras esquenta

O leilão para a construção do primeiro túnel submerso da América Latina, ligando Santos e Guarujá, está marcado para esta sexta-feira (5), mas já gera tensão nos bastidores. A obra, orçada em R$ 6,8 bilhões e considerada a principal do Novo PAC, deverá melhorar significativamente a mobilidade e o escoamento do Porto de Santos.

Propostas de peso

Duas gigantes internacionais entraram na disputa: a espanhola Acciona e a portuguesa Mota-Engil entregaram seus envelopes com propostas de construção, operação e manutenção do túnel por 30 anos. O vencedor será aquele que oferecer o maior desconto sobre os pagamentos públicos previstos durante a concessão.

Controvérsia em curso

O subprocurador do Tribunal de Contas da União (TCU), Lucas Rocha Furtado, solicitou a suspensão do leilão, citando possíveis favorecimentos do BNDES a empresas estrangeiras. O documento, encaminhado ao ministro relator Bruno Dantas, sugere a reabertura do prazo para a entrega de propostas, a fim de garantir maior competitividade, em especial para empresas nacionais.

Maior obra do Novo PAC

Com 1,5 km de extensão — incluindo 870 metros submersos —, o túnel foi planejado para aliviar o congestionamento logístico da região portuária. Terá três faixas por sentido, uma delas preparada para o VLT, além de ciclovia, acesso para pedestres e uma galeria de serviços. A expectativa é reduzir drasticamente o tempo de travessia entre Santos e Guarujá, hoje de até uma hora via rodovia ou balsas, para poucos minutos.

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