O Aeroporto do Guarujá Depende de uma Visão Estratégica

*Por José Manoel Ferreira Gonçalves
Currículo: https://bit.ly/3U8Ltol

Uma Infraestrutura com Potencial Questionável

À medida que a Baixada Santista vislumbra a expansão de sua infraestrutura com o desenvolvimento de um aeroporto no Guarujá, é preciso ponderar até que ponto esse empreendimento contribui para o progresso real da região. Minha perspectiva de defensor do progresso aplaude a intenção de crescimento, mas com ressalvas fundamentais quanto à execução do projeto proposto pela prefeitura local. Falta-lhe o fundamental: uma integração consistente ao plano de desenvolvimento econômico mais abrangente.

A Desconexão do Novo Aeroporto

Observa-se atualmente um aeroporto emergindo quase que isoladamente, sem a menor sinergia com o tecido urbano e social que ele pretende servir. Sua existência parece impulsionada mais por um senso de marketing municipal do que por uma visão estratégica de transformação e fomento econômico. Esse aspecto me preocupa profundamente, pois revela um descompasso entre a narrativa publicitária e as verdadeiras necessidades da comunidade do Guarujá e adjacências.

A Urgência de um Plano Articulado

A concepção de um aeroporto deve ser pensada dentro de um contexto maior, entrelaçada a políticas que contemplem o desenvolvimento social e econômico em todas as suas dimensões. Isso envolve desde a geração de empregos até a promoção do turismo sustentável e da cultura local. Um projeto desta magnitude não pode vir desgarrado de planos que assegurem que ele será um vetor para o avanço coletivo, promovendo inclusão e cidadania plenas.

O Contraste com Políticas Integradoras

Em contraste com um cenário ideal, o que se verifica é a falta de qualquer indicativo de uma estratégia coerente que carreie vantagem coletiva e se integre a realidade municipal. Vejo esse como o ponto nevrálgico da discussão: o projeto parece desalinhado de iniciativas que poderiam verdadeiramente dinamizar a economia local e melhorar a qualidade de vida dos cidadãos guarujaenses. Não é mera construção ou expansão física necessária, mas, sim, uma transformação social e econômica que deve ser considerada.

Repensando o Projeto do Aeroporto

A atual crítica à forma como o aeroporto está sendo proposto conduz a reflexões acerca da importância de um plano coerente e orgânico, que transcenda a dimensão infraestrutural. Abdicar de uma perspectiva holística em projetos dessa envergadura é negligenciar o potencial de impulsionamento do desenvolvimento sustentável da cidade. Portanto, é imprescindível que um empreendimento do porte de um aeroporto esteja vinculado a um planejamento amplo e integrado, almejando impactos positivos que resonem em toda a Baixada Santista.

*José Manoel Ferreira Gonçalves é Engenheiro, Advogado, Escritor e jornalista. Presidente da Ferrofrente, Frente Nacional pela Volta das Ferrovias e da Agua-viva, Associação Guarujá Viva.