Participação Popular no Plano Diretor

*Por José Manoel Ferreira Gonçalves

A Importância do Plano Diretor para Guarujá

Nesta segunda e também na quarta-feira, a Câmara Municipal de Guarujá poderá realizar mais duas audiências públicas sobre o Plano Diretor da cidade. O Plano Diretor é um instrumento fundamental de planejamento urbano que vai definir o futuro do município para os próximos 10 anos. Este plano aborda diversas áreas, como uso do solo, mobilidade urbana, meio ambiente e desenvolvimento econômico, impactando diretamente a qualidade de vida dos cidadãos.

Ação da Associação Guarujá Viva

A Aguaviva, Associação Guarujá Viva, está solicitando o adiamento dessas sessões para garantir uma maior participação da população nas discussões sobre a lei que vai definir o futuro da cidade para os próximos 10 anos. Nossa associação argumenta que, sem a participação efetiva dos moradores, o Plano Diretor pode não refletir adequadamente as necessidades e desejos da comunidade.

Gestão Atual e Interesses

A gestão atual, que está propondo o plano, já está em seus estertores e parece determinada a governar para além do mandato, empurrando um plano de interesse do grupo da atual administração. Essa atitude levanta preocupações sobre a representatividade e os reais beneficiários do Plano Diretor. Sem uma ampla participação popular, há um risco de que as decisões tomadas favoreçam apenas um grupo restrito, sem considerar as reais necessidades da população.

A participação popular é essencial para a elaboração de um Plano Diretor eficaz e representativo. Quando a população se envolve no processo, ela contribui com diversas perspectivas e conhecimentos locais que podem enriquecer as propostas e soluções. Além disso, a participação ativa dos cidadãos promove a transparência e aumenta a legitimidade das decisões tomadas pelos gestores públicos.

Exemplos de Sucesso

Diversas cidades ao redor do mundo têm mostrado como a participação popular pode transformar a gestão urbana. Em Bogotá, na Colômbia, o envolvimento dos moradores nos processos de planejamento urbano resultou em melhorias significativas na mobilidade e na segurança pública. Em Porto Alegre, no Brasil, a implementação do orçamento participativo permitiu que os cidadãos decidissem sobre a alocação de recursos públicos, promovendo uma gestão mais eficiente e democrática. Em Barcelona, na Espanha, o modelo de planejamento urbano focado na participação comunitária levou à revitalização de bairros e à criação de espaços públicos mais inclusivos. Em Seul, na Coreia do Sul, a participação dos moradores foi crucial para a implementação de soluções inovadoras em infraestrutura e meio ambiente, como a recuperação do rio Cheonggyecheon, que transformou uma área degradada em um vibrante espaço público.

Desafios e Oportunidades

Apesar dos benefícios, a participação popular enfrenta desafios significativos, como a falta de informação e mobilização da população, além da resistência de alguns setores políticos. No entanto, essas dificuldades também representam oportunidades para fortalecer a cidadania e a democracia local. Organizações como a Aguaviva desempenham um papel crucial ao mobilizar e conscientizar os moradores sobre a importância de sua participação.

O Futuro da Gestão Urbana em Guarujá

A presença da população nas audiências públicas sobre o Plano Diretor de Guarujá é fundamental para garantir conquistas para as futuras gerações. Se as sessões não forem adiadas, é crucial que os cidadãos compareçam e façam suas vozes serem ouvidas. O futuro da cidade depende de um planejamento inclusivo e participativo, que reflita as verdadeiras necessidades e aspirações dos seus habitantes, e não apenas os interesses de um grupo político em final de mandato.

*José Manoel Ferreira Gonçalves é jornalista, cientista político, engenheiro, escritor e advogado. É pré-canditado a prefeito do Guarujá pelo PSOL. É presidente da Associação Guarujá Viva, AGUAVIVA, e da Frente Nacional pela Volta das Ferrovias, Ferrofrente. Idealizador do Portal SOS PLANETA.

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