V Conferência Estadual das Mulheres evidencia desafios de participação e transparência

Para mais detalhes, leia a matéria completa de Paula Ravanelli: Por que V Conferência Estadual das Mulheres não foi legítima.

Acompanhamos com atenção a realização da V Conferência Estadual de Políticas para as Mulheres do Estado de São Paulo, ocorrida nos dias 21 e 22 de agosto de 2025. Conforme denúncia publicada por Paula Ravanelli, a conferência, realizada exclusivamente de forma remota, fracassou em garantir direitos básicos de voz, voto e visibilidade às delegadas eleitas nos municípios.

O que deveria ser uma instância plural, transparente e acessível de construção coletiva transformou-se, lamentavelmente, em um espaço marcado por confusão técnica e autoritarismo. Desde a publicação da Resolução SPM nº 010/2025, entidades, conselhos e lideranças feministas alertaram para os riscos de inviabilizar a participação real das mulheres, especialmente aquelas que vivem fora da capital ou em regiões com baixa conectividade. Esses alertas foram ignorados, mesmo após tentativas de diálogo promovidas pelo Conselho Nacional dos Direitos da Mulher (CNDM).

Para a Água Viva, a situação reforça um princípio que guia nossas causas: a democracia e a participação cidadã só se concretizam quando a voz de todos é efetivamente ouvida e respeitada. Assim como defendemos transparência e inclusão nos processos que impactam o meio ambiente, o território e os direitos das comunidades tradicionais, entendemos que instâncias políticas e públicas devem garantir condições equitativas de participação, representatividade e decisão.

O episódio da V Conferência Estadual das Mulheres evidencia que, mesmo em contextos digitais, a transparência e a acessibilidade não podem ser tratadas como meras formalidades. A Água Viva seguirá apoiando iniciativas que promovam participação efetiva, visibilidade e empoderamento de todas as mulheres, especialmente aquelas mais vulneráveis ou historicamente marginalizadas.