A chegada do ano novo no litoral paulista traz consigo um lembrete urgente sobre a saúde de nossas praias e oceanos. Embora o Boletim de Balneabilidade das Praias Paulistas, divulgado pela CETESB, tenha alardeado que 153 pontos monitorados estão próprios para banho, existem 22 pontos com condições impróprias para o mesmo. Este fato nos convida a uma reflexão crítica sobre as políticas ambientais e a eficácia das autoridades na gestão da poluição marinha.
Falha na Gestão Ambiental: Onde Está a Responsabilidade?
É crucial questionar o papel das autoridades no monitoramento e manutenção da qualidade das águas. A persistência de praias poluídas não apenas afeta negativamente o turismo, mas também coloca em risco a saúde pública e a biodiversidade marinha. A falta de ações eficazes para combater a poluição destaca uma falha significativa na gestão ambiental, ameaçando o patrimônio natural e a qualidade de vida das comunidades locais.
Promessas Não Cumpridas: O Custo da Inércia
Contrastando com promessas de melhoria, a realidade das praias impróprias revela um abismo entre o discurso e a prática. Isso compromete a confiança pública nas autoridades, que frequentemente falam sobre desenvolvimento sustentável e preservação ambiental, mas mostram inércia diante de problemas crônicos e crescentes.
Urgência de Ação: O Chamado por Responsabilidade
Neste cenário, é urgente um chamado por responsabilidade e ação imediata. As autoridades devem adotar medidas rigorosas de fiscalização e controle da poluição. É essencial também promover campanhas de conscientização ambiental e valorizar projetos que integram educação ambiental, engenharia, agroecologia e comunicação. Como destacado por Mônica de Toledo e Silva Spegiorin, vice-presidente do Comitê de Bacias do Litoral Norte, é preciso uma transformação no comportamento das pessoas e empresas, integrando ações de diferentes secretarias e níveis de governo.
Um Despertar Necessário
A situação das praias paulistas na virada do ano deve ser um alerta para as autoridades. Mais do que uma questão de poluição, é um reflexo de uma gestão ambiental falha que necessita de uma mudança urgente e efetiva. A virada do ano no litoral paulista não é apenas uma celebração, mas também um lembrete de nossa responsabilidade coletiva com o meio ambiente e as gerações futuras.
Por Eng. José Manoel Ferreira Gonçalves, presidente da Associação Guarujá Viva, ÁGUA-VIVA
Fontes: [SEMIL SP](https://www.semil.sp.gov.br/), [G1](https://g1.globo.com/sp/santos-regiao/noticia/2020/12/31/cerca-de-33-do-plastico-que-entra-no-brasil-pode-acabar-no-oceano-aponta-estudo-de-projeto-da-onu.ghtml), [Natureza Crítica](https://www.blogs.unicamp.br/)